quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

cigarros em trigos

reunião de família. páscoa, ou coisa assim. calor. quanta comida, meu deus! televisão ligada pra ninguém (talvez pro primo tímido, ou "autista opcional", como escorreriam aqueles pequenos venenos). três ou quatro tias na cozinha, diálogos indecifráveis. as crianças mais novas no centro de gravidade. a empregada, de lá pra cá, sua muito. e eu sentada no sofá em busca de respostas plausíveis para o que chamo de uma idéia a se pensar: o silêncio.

falávamos sobre a insegurança e seus relativos. o que é fato, o que é verdade, o mutável e o morto. coisas assim, que pensamos sempre (até começarmos a suar tanto!, mas tanto! que acordamos assustados). foram mais umas boas idéias. alimento para todas as outras enquanto eu respirar.
e em cada pausa, um cigarro.

creio apenas em segredos. desses pequenos e de verdade. não segredos-bolha-de-sabão (como aquelas verdades lá...). segredos-vapor. existem. calam.

um cigarro é um silêncio.

tragada-segredo
(um embrião de trava-língua)