sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sol

era uma vez uma nota. seu nome era Sol, filha de Dó e Fá. quando criança, Sol conhecera muitas notas parecidas com ela, mas nenhuma era igual. Sol tinha um timbre único. por alguns dias, soava-feliz, em outros, era a mais triste de todas as notas. Sol adorava voar pelos parques da cidade, onde havia muitos pássaros que podiam cantá-la com alegria.
num belo dia, Sol meditava à beira de um lago, à sombra de uma árvore lindíssima, quando um bem-te-vi se aproximou, trazendo o mais belo som que Sol havia ouvido até então. Sol chorou de alegria:
- céus! que som belíssimo é esse?! - perguntou ao nada.
Sol chorava e ria sem parar:
- céus...!
- soa comigo, Sol, vamos! soa, Sol! és a mais bela de todas as notas, soa comigo! - disse a nota, sorrindo.
então as duas soaram juntas e voaram juntas.
soaram juntas e voaram juntas por muito tempo, permitindo ao mundo ouvir o som mais encantador de todos os tempos.
um dia, notaram que deveriam se separar. era preciso ouvir o silêncio. e talvez outras notas, combinadas de outra maneira. deveriam entender que não seria possível soar para sempre. antes de se separar de sua nota-gêmea, Sol, que chorava muito, perguntou:
- será que algum dia poderemos soar juntas novamente?
- voa em outros ares, Sol. há tanto pra soar no mundo. há tanto som que precisa de ti...! não te prende a mim.
- jamais conseguirei soar tão bem como com você.
- eu te amo, Sol.
- eu também te amo muito!
- adeus!
- adeus...
então voaram para lados opostos. já de longe, Sol perguntou:
- me diz seu nome?
- eu te amo, Sol! eu te amo! ... meu nome é Sol.