terça-feira, 27 de abril de 2010

uma difi(a)culdade

vez e outra brota aquele ponto de interrogação no meio do compasso. sem falar bonito, é claro... ele berra! como um crianção recém-nascido bem gordo.
escolhemos entrar na academia. não sei se com o receio de cansar as mãos em partituras-sem-fim, ou se com a ilusão certeira de que tocaríamos zeca baleiro ao violão o dia todo - pausa, só pra cerveja. ou se tudo isso junto. ou o contrário. bom. nem um nem outro. (obrigada, caetano)
por muitos dias, guitarras desreguladas ensaiando sambinhas, amadores solfejando lálálás horrendos e muito, muito divertidos. por outros, análises de partituras na biblioteca - que, em bem pouco tempo, viram análises de relógio, de bibliotecárias, de uma moça que acabou de entrar com uma saia rosa-choque. um dia de cabulamento (licença poética) oficial. praia e bicho-de-pé. um dia de sol e lua conduzindo vozes. e uma coisa intercala a outra, e aos poucos a gente se acha e se perde e se acha de novo. caminha ou pára de vez. aquele bebê gordo continua berrando (ele nunca pára). me sinto bem por poder dar a ele o que comer e não ouvir mais nada. claro... se parar de alimentá-lo, abre o berreiro de novo. e não adianta colocar pra dormir. se dormir, morre de vez. e se morrer... barra dupla.