segunda-feira, 10 de maio de 2010

atenciosamente...

esta comunicação aqui é uma sala de paredes brancas, móveis brancos e portas brancas. as janelas (que estão fechadas) também são brancas. a secretária é branca e veste um macacão todo branco. não é possível ver seu rosto. as cadeiras que esperam pessoas são brancas. o tapete de entrada é branquinho!
(meus olhos também doem.)
perdoe-me se, depois de tanto tempo em branco (sim?), te procuro assim, em branco.
há dias brancos penso colorido e ainda assim não consigo colorir coisa alguma. tomei coragem, peguei o estojo de lápis-aquarelável de 48 cores e o papel - branco. cores demais, vista embaralhada, e aí escolhi ele: o lápis branco. descobri que ele não é branco! (bom, tem aquela história dos milhares tons de branco, não é? eu acredito.)
perdoe-me se, depois de tanto (sim?) tempo, te procuro assim.
da última vez, derrubei um balde d'água no meu desenho e o que deveria virar tela de aquarela virou arte abstrata-concreta demais. não gostei, então o lápis branco me pareceu menos perigoso dessa vez.
desculpas-em-cores-frias à parte...

quero ver você. sentir você como puder. ouvir você, se lhe convier. papear e rir e silenciar um pouquinho. sabe?
pulso.