segunda-feira, 17 de maio de 2010

um outro ensaio sobre o amor.

há canções e poesias e muros pintados e esculturas e cinemas e fotografias e textos como este, tão rasos e repetidos e cansativos e nublados. todos os clichês e todas as artes, enfim. um mundo todo disposto a interrogá-lo. uma legião de surdos-mudos por opção. traumatizados. revoltados! agora é pé no chão! o nunca-mais é meu guia e tudo dará certo. e mergulhamos de novo no que não conhecemos e temos medo de novo de permanecermos cegos - não sei se por opção, ainda - e assim esperamos, na beira da praia, sozinhos-de-fato, com os pés nessa areia que esquenta e esfria tão rápido, uma resposta da maré - que esquenta e esfria bem devagar. ansiamos. cansamos. ansiamos novamente. ("é, pode ser que a maré não vire.") perguntas-aladas (todos sabemos quais são). elas continuam sem resposta. e morrerão perguntas. e viverão perguntas. combustível de pulmões ansiosos como o seu. e o dele também. e o meu e o dela. e o de quem busca um suspiro por dia, que seja. e de quem não se contenta com seu próprio discurso realista e (esse, sim) hipócrita.

vamos chegar a ele sem reivindicações, desejando apenas sua simples presença.
e tornar-nos insustentáveis, como deve e leve ser.