terça-feira, 25 de maio de 2010

a essência dos velhos novos.

o pré foi como o planejado: estudado, tocado, errado, consertado, trabalhado, bem-ensaiado. cada segunda-feira, horas e horas de notas e risadas e piadas e alfinetadas e traves e olhares tortos e timbres e andamentos e abobrinhas e altos e baixos em altos e bons tons muito bem arranjados.

arrumação: equipamentos. horários. ligações. saída. estrada. chegada. qual é o nome da avenida mesmo? e o coração
rubato crescendo sem pausa. accelerando!
me passa o cabo? as tomadas aqui são 220, viu?!
cadê meu banquinho? moço, tem como guardar essa mochila aí? nossa, suando! tira um pouco do médio, por favor. alô, som!, ê!, ah!, som!. dá um lá? cuidado com o prato! beleza. certo. uhum. ok, ok. vâmo? vâmo.

os primeiros quatro acordes ainda tremidos. será que estão gostando? merda de reflexo na minha partitura! um sol natural no A7+ da introdução, um
ops! interno, outros externos (risonhos), olhos fechados, uma inspiração profunda e pronto: não havia mais ninguém. estávamos sós. pra cada um, uma função-essência. mãos e pés dançantes. voz alucinante. cada qual com sua guia, nos-guiando-nos numa corrente de nuvens coloridas. olhares cúmplices. sorrisos discretos. temas memoráveis. sensações contínuas. suspiro. cabeça baixa, nota bem-timbrada. olhos fechados. e as nuvens ali, cochichando plenitude nas pausas de semínima... silenciando satisfeitas nas frases bem-colocadas. o gozo. a eternidade. nada na mente. e o mundo acontecendo ali, em cada mão e pé e voz e corpo todo. paz. suspiros infindos. alma.

uma alma só. bordada a sons e silêncios dos mais preciosos: os nossos.