domingo, 23 de maio de 2010

de mim: um quadro.

você pode ouvir falar muita coisa. apreciar a cortesia de quase-todos os dias e querer explorá-la. conversar por uns minutos e querer muitos outros. saber de uma fama daqui e dali e querer provar com as próprias mãos ou língua ou outras partes. sentir um pouco desse silêncio aqui e querer entendê-lo. ouvir um trechinho de uma valsa e querer todos os movimentos de todos os outros sons e tons. ouvir uma piada original e querer rir ainda mais. ver uma beleza única e querer que ela continue única todos os dias restantes. sentir uma firmeza não esperada e querer admirá-la sempre.
devo dar o aviso:
a cortesia é rasa. a conversa não se mantém interessante nos outros muitos minutos. famas são efêmeras. o silêncio é meu regente e não há quem o domine. não sei tocar os outros movimentos em outros tons. só sei uma piada original. a beleza única se deve somente ao que se chama de primeira-visão; ela cansa nas que vêm depois. a firmeza que abre-alas abre para um mundo de insegurança sem disfarce.
eu e os que já ultrapassaram a fronteira podemos recomendar com propriedade: admire o quadro somente até a faixa amarela.